quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Omissão e Erro

Placas que sinalizam áreas de pesca e de surfe em Capão estão guardadas em depósito As placas que poderiam ter impedido a morte de jovem estão em depósito por causa da burocracia.


Vejam a reportagem que saiu na Zero Hora: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a3097899.xml

Gustavo Azevedo | gustavo.azevedo@zerohora.com.br - ZERO HORA

Estão em um depósito, na prefeitura de Capão da Canoa, as placas que poderiam ter salvo a vida do surfista Thiago Rufatto, 18 anos, morto no final da tarde de segunda-feira, ao ficar preso ao cabo de uma rede de pesca. Na areia, onde elas deveriam estar, postes nus são praticamente o único rastro da sinalização para avisar sobre as áreas destinadas à pesca.

A sinalização, que já poderia ter sido
instalada, está no depósito, longe das ondas, por causa da burocracia. Segundo o secretário de Turismo do município, André Avelino dos Santos, 12 placas novas chegaram na segunda-feira, depois de um processo de licitação que se estendeu por cerca de quatro meses.





A promessa é que sejam colocadas a partir de hoje.
— O material tem de passar por licitação. Houve recursos e demorou. O vencedor foi uma empresa de Santa Catarina, que só nos forneceu nesta semana – explicou Santos. Sem a placa, a vítima e seu grupo de amigos avançaram, sem perceber, para uma área restrita à pesca.

Com a forte correnteza, os jovens acabaram percorrendo quase dois quilômetros em direção ao norte e ultrapassaram o limite destinado a lazer e esporte.
Na divisa entre as áreas, restou apenas o poste, sem a placa que deveria alertá-los. Cerca de 200 metros adiante, am
arrado a um carretel de madeira, o cabo de pesca segue em direção ao mar e se perde 300 metros para dentro da água. A corda está no local correto, dentro do setor de pesca.

Cerca de 500 metros depois, há outro poste, também sem sinalização.
Numa orla de 19 mil metros, Capão tem metade da extensão destinada à pesca. A demarcação parece uma colcha de retalhos, transformando cada metro de praia numa arapuca. Na divisa de cada área, deveria haver placas e postes pintados com cores diferentes. Próximo da temporada de verão, poucas restaram. — O material foi furtado ou alvo de vandalismo. Fiscalizamos, mas é difícil controlar — afirma o secretário. O delegado de Capão, Heraldo Guerreiro, espera a necropsia para encaminhar o inquérito. Segundo ele, a prefeitura pode ser responsabilizada, se for comprovada a negligência.



Agora observem como esta a demarcação das áreas em Capão da Canoa:








Percebam como as áreas são "fatiadas" e se tornam verdadeiras aramdilhas no nosso mar que tem forte corrente.

Mesmo que houvesse sinalização efetiva e visível de dentro do mar, com a forte corrente, os problemas continuariam.

Existe um projeto na AL que destaca como área mínima para a prática de esportes, 2km contínuos, assim se minimizaria os problemas destas "fatias-aramadilhas" existentes hoje.

Porém entendo que a solução efetiva e única que estancaria as mortes é a proibição deste tipo des pesca no litoral do RS, claro que temos que propor alternativas para a subsistências dos pescadores, algumas já foram levantadas e propostas: pesca embarcadas, uso de reder apenas em zonas não urbanas, fazendas marinhas, etc...

De qualquer forma, não há atividade economica que se coloque acima de vidas que são tiradas ano após ano ...

8 comentários:

  1. Não entendi. O mapa mostra que a área de surf em capão é de 3km contínuos. O projeto de lei quer que seja 2km contínuos e entende que assim minimizaria o problema. Mas se capão possui 3km contínuos, isso não seria mais que o pretendido? Será que é esse o problema? (espaço)

    ResponderExcluir
  2. Veja que este espaço de 3 km esta ok, o problema é o espaço de 600m que fica entre duas áreas de pesca.
    Esta situação se repete em muitos balneários, estas fatias são verdadeiras armadilhas.
    Neste casod e Capão era preferível não ter essa área de 600m que só induz ao erro.
    Abraço.
    Márcio.

    ResponderExcluir
  3. O problema então é para quem entra na área de apenas 600m e não para aqueles que entram em capão da canoa por exemplo? como foi o caso do menino que infelizmente perdeu a vida. Vi na tv que ele entrou no bar onda. Uma distância grande até a área de pesca. Sinceramente creio que foi imprudência e falta de conhecimento, uma fatalidade. Se ele percorreu toda essa distância e não saiu do mar antes, é porque não sabia da existência (ou esqueceu) de redes. Mesmo que houvesse uma placa na areia indicando área de pesca, é impossível visualizar de dentro do mar.

    ResponderExcluir
  4. São muitos fatores envolvidos:
    - Não exisita sinalização (mesmo que houvesse, como é hoje são placas que do outside não se enxerga mesmo).
    - A rede, ao que consta estava em área de surf, de qquer forma não estava identificada e nem sinalizada, cfme a legislação, ilegal portanto.
    Imprudencias... fatalidades ... inexperiência ... isso não nos cabe julgar, temos obrigação sim é de minimizar os riscos para que todos possam ter um surf seguro e em paz.

    ResponderExcluir
  5. Fui verificar e constatei que a rede estava no local correto (área de pesca). Entendo que todos tem culpa nesse episódio. Enquanto a sociedade civil apenas transferir a responsabilidade para as autoridades, o problema vai persistir. É claro que no momento de dor é natural tentarmos buscar um culpado. Mas nós que usufruímos do mar, que surfamos, que nadamos também temos nossas responsabilidades. Porque se acreditarmos que apenas sinalizar uma rede com bóia na área de pesca e uma placa na areia resolve, continuaremos a assistir mortes no nosso litoral. Vamos descruzar os braços gente e trabalhar para que isso não aconteça de novo. Vamos fiscalizar nós mesmos essas redes, vamos conscientizar os jovens surfistas a não entrarem no mar quando a corrente estiver forte. Se o governo não faz, que façamos nós.

    ResponderExcluir
  6. A questão que esta em jogo, que é o responsável pela falta de fiscalização?
    Quem é o culpado? Quando acontece uma tragédia, é a primeira pergunta que
    Aparece na nossa mente, os ânimos devido a comoção dos acontecimentos,
    Aumenta e não se acha uma resposta satisfatória para as perguntas que aparecem, o
    Fato,quando isso acontece,morte de surfistas ,”muito se fala e pouco se faz”, para tentar corrigir o erro, vem uma Pergunta? quando isso vai acabar?quantos surfistas ainda vão morrer?no nosso litoral norte? Segundo as reportagem,que vem da mídia, tentando encontrar
    Respostas satisfatória para a tragédia ,que aconteceu em capão da canoa.
    Fato,as respostas que aparecem na reportagem, é um empurra empurra,tirando o corpo fora
    Dos acontecimento, a impressão que se passa, que a impunidade faz parte da nossa cultura!
    Será que devemos esperar pelas autoridas competentes,que tomem uma providencia,sempre quando morre um surfista? Burocracia,falta de comunicação,de sinteresse e falta de atitude?
    Infelizmente faz parte da nossa cultura. Omissa e sem se preucupar.
    O que precisa ser feito é atitude de todos os surfistas,sim devemos começar a mostrar
    União e força, para vencer essa correnteza! Conversar com todas as associações de surf do litoral norte, criar um mecanismo de defesa, trocar idéias, agregar conhecimento.
    Todos os surfistas podem participar por essa causa nobre! Levar para mídia,organizar encontros,pedir ajuda da iniciativa privada,do estado do governo e assim por diante.
    A base de idéias podemos construir um futuro melhor para o surf, temos que ter atitude e comprometimento pela causa! Não devemos esquecer, que por natureza, temos a memória
    Fraca, e esquecemos rápido das tragédias,que se torna quase que banal,os fatos são esquecidos rápidos,tragédia atrás de tragédia,acabam se tornando normal no dia-a-dia.
    Apenas uma idéia modesta, se tivesse bóias demarcando o local de surf,talvez pudéssemos
    Evitar essa tragédias ,que estão acontecendo.é apenas uma idéia! Que tiver ,refletindo no que está acontecendo no nosso litoral norte,podem agregar conhecimento para evitarmos a morte de surfistas por rede.

    Atenciosamente : Carlos Alberto Brasil Garcia
    Carlos_ab_garcia@hotmail.com
    I

    ResponderExcluir
  7. Em mente, sempre tive a ideia das áreas neutras entre área de surfe e área de pesca, ainda que saibamos que a natureza humana vá querer passar o limite. Pelo menos haverá uma área transitória ser obedecida, ou seja, não invadida por qqr um. Surfista ou pescador.

    Já dei essa ideia na audiência pública ocorrida no inverno de 2009.

    As boias: muito boa ideia. Boias espalhadas pelos cabos mar a dentro auxiliaram bastante na visualização destes. P/mim, a alternativa mais eficaz.

    Outra: lá em Quintão, estamos montando nossa Associação de Surfe, e um dos primeiros projetos é a identificação das áreas pela cor das guaritas salva-vidas. É uma forma mais visível para auxiliar na identificação das áreas.

    Aliado a tudo isso, o mais importante: consciência em entrar no lugar certo, não entrar em mares de ressaca, denunciar redes e qqr outro abuso contra as áreas de banho e surfe.

    CAMPANHA "NÃO AO 50º!", promovida por:

    www.oceanopensante.blogspot.com


    www.uponboard.com

    Abraços,

    Renato (Renatito)

    renato.pereira_@hotmail.com

    ResponderExcluir
  8. É isso ae Carlos, concordo com tuas palavras. A impressão que tenho é que os próprios surfistas também fazem o jogo de empurra-empurra típico das autoridades. Se já morreram 49 surfistas e nada ou pouca coisa foi feita por parte das autoridades e mesmo assim os surfistas não tomam atitudes, não se unem, é porque compartilham da mesma omissão que eles. E o pior é que os mais prejudicados são os próprios surfistas. Querem segurança? pois então que trabalhem para isso ou vocês preferem colocar suas vidas nas mãos de políticos? eu não, eu prefiro fazer por mim.

    ResponderExcluir