quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Litoral Gaúcho.

Litoral Gaúcho.

Por: Márcio Grazziotin Dutra (marciograzziotin@yahoo.com.br) – ONG MAR SEGURO.

Matéria para o Jornal Riachuelo – Capão da Canoa/RS

O litoral do Estado do Rio Grande do Sul detém um marca vergonhosa e inadmissível: Morrem mais pessoas vítimas de redes ilegais de pesca do que com ataques de tubarões na África. Desde 1983, em nosso Estado, 49 famílias foram rasgadas em dor e sofrimento com a perda de entes queridos, e até hoje ninguém foi responsabilizado por estas tragédias criminosas.

Com muita propriedade o jornalista Paulo Lima, na edição 2142 da Revista ISTO É, aborda o tema: “ Num país que anda se arvorando a condição de quase desenvolvido, de estrela central no palco do novo teatro mundial, nada nem nenhuma atividade econômica pode justificar a morte de quase meia centena de jovens afogados por armadilhas colocadas no mar de um dos seus mais desenvolvidos Estados.

Assunto para os novos ministros das pastas de Segurança e Justiça ou secretaria especial da Pesca, assunto para prefeitos e governadores sérios, assunto para autoridades do Corpo de Bombeiros, material para membros do Ministério Público, pauta para jornalistas atentos, para gente que sabe o que é de verdade o surfe, para quem respeita a pesca.

Mas, acima de tudo, UM ASSUNTO PARA QUEM RESPEITA A VIDA.”

A última vítima desta barbárie, e esperamos que “última” não seja apenas força de expressão, foi o estudante de administração de empresas Thiago Ruffatto de 18 anos. O jovem Thiago se afogou ao ficar preso numa rede de pesca, na tarde do dia 1º de novembro em Capão da Canoa. Ele foi socorrido, mas chegou sem vida ao Hospital Santa Luzia.

Nestes anos, foram campanhas educativas, comissões na Assembléia Legislativa, repercussão na mídia, programas de governo, luta de abnegados, até se chegar à criação de Leis que delimitam e sinalizam as áreas de surf e de pesca. Apesar disso, estamos muito longe de termos tranqüilidade com esta situação.

Além de não haver um conjunto de medidas preventivas para reverter essa grave situação, ninguém foi responsabilizado por estes atos e omissões. As áreas destinadas à prática de surf, além da falta de sinalização e de efetiva fiscalização, são áreas que escondem verdadeiras armadilhas. Algumas áreas, com cerca de 700m, cercada de áreas de pesca, ou vice-versa, em um mar com característica de forte corrente, faz com que estas “fatias” sejam verdadeiras armadilhas aos surfistas.

Este fatiamento de áreas de costa para as redes, que simplesmente não é bem regulamentado, já não serve mais, diante de tantas mortes e do potencial de muitas mais acontecerem. É PRECISO PROIBIR DEFINITIVAMENTE AS REDES FIXAS DE PRAIA NO RIO GRANDE DO SUL. Alternativas se impõem como, por exemplo, a pesca embarcada, mas o certo é que esta forma obsoleta, perigosa e rudimentar de pescar somada a impunidade e ao descaso, tem como produto final a morte de jovens e a dor irreparável da perda aos familiares. Esta matança precisa ser estancada, devemos dar um basta a estas tragédias, já rotineiras no nosso litoral.

Temos também, a imperiosa necessidade de informar e motivar a sociedade a estabelecer uma consciência de segurança e participação que determinam um MAR SEGURO e por conseqüência a PROTEÇÂO DO NOSSO BEM MAIOR: A VIDA HUMANA.

Neste sentido, surge a ONG MAR SEGURO, denominação do Instituto Thiago Rufatto.

A criação da ONG MAR SEGURO se traduz pela continuidade desta luta, pela visibilidade e centralização das ações, por uma representatividade efetiva para surfistas, banhistas e familiares, pela extinção das redes de pesca de cabo fixo na beira da praia e pela presença sistemática, organizada e efetiva de salva-vidas em nossas praias, e, sobretudo pelo fim das tragédias em armadilhas humanas no nosso mar.

A “ONG MAR SEGURO” acredita que através da organização das pessoas em uma Entidade que tem comprometimento apenas com seus valores éticos e morais é que se pode buscar uma sociedade mais fraterna, justa e perfeita.

Somos uma entidade de luta, construída e sedimentada na indignação e na dor das tragédias ocorridas, mas, sobretudo temos o olhar firme para o futuro, sabemos que com ações concretas poderemos construir um futuro mais seguro para as próximas gerações de surfistas e banhistas.

A missão da ONG MAR SEGURO é “Promover e participar de ações que visem à defesa, segurança e proteção DA VIDA e dos direitos dos praticantes de esportes e banhistas que tenham o mar como praça esportiva ou de lazer, bem como a conservação das nossas praias, das espécies e do meio ambiente. Buscar a inclusão social e o desenvolvimento humano através do lazer e dos esportes de mar. "

Alguns dos principais objetivos da ONG MAR SEGURO:

· Despertar a consciência da Sociedade através do desenvolvimento de ações e da aplicação de mecanismos voltados à melhoria da segurança e defesa da vida dos banhistas e praticantes de esportes de mar.

· Apoiar e incentivar a segurança dos surfistas e banhistas através de campanhas, eventos, estudos, propostas, programas, projetos e mobilizações populares à causa.

· Lutar pela presença sistemática, qualificada, organizada e efetiva de salva-vidas em nossas praias.

· Promover a educação, a capacitação da segurança e a valorização humana, atuando na defesa, preservação e conservação das nossas praias, das espécies, do meio ambiente e na defesa dos Direitos Humanos.

· Acompanhar, fiscalizar e denunciar situações que envolvam risco, perigo ou descumprimento da legislação no tocante a segurança dos surfistas e banhistas, ou qualquer situação que envolva a exploração de recursos naturais ou danos ambientais, dando os devidos encaminhamentos, bem como participar de mecanismos de segurança e defesa da vida humana.

· Propor ações judiciais, ou medidas administrativas que visem à proteção, recuperação ou indenização decorrente de atividades que levem risco aos surfistas e banhistas, ou qualquer outra conduta nociva ao meio ambiente e a vida humana.

· Promover e apoiar eventos esportivos e culturais para a inserção social de indivíduos carentes nos esportes aquáticos e em programas de educação ambiental.

A ONG MAR SEGURO tem alguns canais de mídia e redes sociais para contato e maiores informações:

- BLOGS: http://surfsegurors.blogspot.com http://ong-marseguro.blogspot.com

- E-MAIL: ong.marseguro@gmail.com
- TWITTER: http://twitter.com/@ongmaRSeguro
- FACEBOOK:
http://www.facebook.com/profile.php?id=100001876341538
- ORKUT:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=108734396

- YOUTUBE: http://www.youtube.com/user/ongmaRSeguro

UM MAR SEGURO DEPENDE DE NÓS, PARTICIPE !!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Estado das Guaritas no RS

Reportagem da ZH sobre o lamentável estado de precariedade das guaritas de salva-vidas no nosso Estado.

Teste ZH: estado das guaritas de salva-vidas do Litoral Norte é precário

Do total de 224 guaritas do Litoral, pelo menos 15 ainda passam por reformas ou estão em situação precária


Apesar de a temporada de praia ter começado neste final de semana, parte das guaritas do litoral norte gaúcho, tradicionais referências para os banhistas e pontos de monitoramento essenciais para os salva-vidas, ainda encontra-se avariada ou em obras.

Ao percorrer a faixa de areia entre Torres e o Balneário Pinhal, no sábado e no domingo, Zero Hora constatou as dificuldades dos salva-vidas para trabalhar e como esses obstáculos podem colocar em risco a vida dos veranistas. Em 130 quilômetros de orla, a maior parte das guaritas pode ser usadas sem problemas, mas deixar uma só estrutura sem conserto pode ser fatal. Do total de 224 guaritas do Litoral, pelo menos 15 ainda passam por reformas ou estão em situação precária.

Um exemplo é a guarita 58, em Capão Novo. O local foi palco de uma tragédia no verão passado, quando duas irmãs morreram tragadas pelo mar. No dia do acidente com Bruna e Inajara Kaiser Pereira, a unidade estava vazia, o que causou polêmica entre a Brigada Militar e a prefeitura de Capão da Canoa.

A corporação reclamou que a estrutura não tinha condições de uso e, por isso, não era utilizada. As autoridades do município, por sua vez, afirmavam que a unidade poderia ser usada. Passado quase um ano dos afogamentos, o local está, agora, guarnecido, mas a 58 continua sem parte da cobertura, expondo os soldados Paulo Henrique e Gerson Brasil à intempérie.

— A gente tenta dar um jeito para se proteger, mas é complicado — lamenta Brasil.

Perto dali, na praia de Santa Rita, no município de Terra de Areia, foi encontrada a situação mais preocupante. A guarita 48 se transformou em um esqueleto. Sem qualquer manutenção, sobraram apenas as vigas e a base de madeira. Os salva-vidas José Antônio Zaltron e Flávio Gonçalves precisam ficar em pé, já que o banco é usado como proteção contra o sol, que torrou as costas dos soldados no sábado.

— Tenho 15 anos de Operação Golfinho, e essa é a pior em que já trabalhei. Mas não podemos deixar a vida das pessoas em risco — afirmou Gonçalves.

BM garante salva-vidas até nas guaritas deficientes

Mesmo com parte das guaritas ainda em condições precárias, a Brigada Militar garante que os salva-vidas vão cobrir todas as áreas de banho. Para o comandante da Operação Golfinho, coronel Altemir Ferreira, a vida dos banhistas deve ser prioridade. Na temporada passada, foram 13 mortes e mais de 2 mil salvamentos.

— Nosso mar é muito perigoso. Os nossos salva-vidas estarão onde devem, independentemente da situação das guaritas — ressaltou.

O oficial espera que as prefeituras terminem as reformas antes dos feriados de fim de ano, quando o efetivo à beira-mar deverá estar completo, com 700 salva-vidas.

Na praia de Santa Rita, em Terra de Areia, a prefeitura prometeu iniciar os trabalhos hoje.

— Tivemos um evento, e o pessoal não pode ir para a praia. Até o fim da semana, estará tudo pronto — assegurou o vice-prefeito Sérgio Morsolin.












Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a3148147.xml


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Fundação da ONG MAR SEGURO

Dia 16/12/2010 - Nesta data foi fundada a ONG MAR SEGURO - INSTITUTO THIAGO RUFATTO.

No dia de ontem em Canoas, foi realizada a Assembléia Geral de Fundação do Instituto Thiago Rufatto - ONG MAR SEGURO.

Foi aprovado o Estatuto Social e escolhidos os membros da Diretoria, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal.

A Presidente da Instituição será Neuza Rufatto, mãe do surfista Thiago Rufatto, última vítima da barbárie das redes de pesca e que dá nome a Instituição.

Buscamos a conscientização e participação de todos os surfistas, familiares, banhistas, comunidade em geral, entidades e todos os segmentos para se engajarem nesta luta.

A “ONG MAR SEGURO” acredita que através da organização das pessoas em uma Entidade que tem comprometimento apenas com seus valores éticos e morais é que se pode buscar uma sociedade mais fraterna, justa e perfeita.

Sabemos das dificuldades e das agruras desta luta, mas esperamos com a União de esforços conseguirmos uma atuação digna da representatividade que buscamos.

Seremos uma entidade de luta, construída e sedimentada na indignação e na dor das tragédias ocorridas, mas, sobretudo teremos o olhar firme para o futuro, sabemos que com ações concretas poderemos construir um futuro mais seguro para as próximas gerações de surfistas e banhistas.

Por tudo isso, precisamos do teu apoio, da tua participação, carregue esta bandeira, lute organizadamente conosco, façamos que a união de esforços consciente alcance os objetivos que todos esperam.

Pelo fim das mortes de surfistas com a extinção das redes de pesca, pela ampliação e constante aprimoramento da segurança dos banhistas, com a presença efetiva, constante e atuante de salva-vidas, especialmente em datas de maior afluência de banhistas, constantemente treinados e qualificados de acordo com a grande exigência de nossas praias, pela efetiva contraprestação de parte do poder público pelos tributos recolhidos, pela preservação do nosso litoral e das espécies, pela conservação do meio ambiente!

A BUSCA POR UM MAR SEGURO DEPENDE DE NÓS, PARTICIPE !!!




Abaixo fotos dos presentes no momento da leitura e aprovação do Estatuto Social.