terça-feira, 29 de março de 2011

ONG maRSeguro e FGSurf reúnem-se com o comando geral da brigada militar

Na tarde da última terça-feira, dia 29 de março de 2011, a maRSeguro, representada por sua presidente Neuza Rufatto, acompanhada de Nalu Machado, Maria Catarina, Ana Maria Boeira, Rosane Kaiser, Tiago Cardoso e Virgílio de Matos, componentes da ONG, juntamente com o presidente da Federação Gaúcha de Surf (FGSurf) Orlando Carvalho, reuniram-se com o Comandante-Geral da Brigada Militar, o Coronel Sérgio de Abreu.

Virgilio entregando a denúncia da ONG ao Comandante-Geral da Brigada Militar Sérgio de Abreu



O objetivo principal desta reunião foi, apresentar ao Comandante, dois documentos em forma de denúncia, o quais continham as principais reivindicações na busca por condições melhores para o nosso litoral. Um deles foi criado por nós da ONG (que pode ser lida ao final deste post), e outro feito com base nas solicitações da FGSurf.


Além da oportunidade da apresentação das duas entidades, os familiares das vítimas, envolvidos com a maRSeguro, contaram ao Coronel um pouco da sua dor com os fatos ocorridos, juntamente com algumas idéias de como melhorar a questão Pesca x Surf x Banhistas x Salva-vidas.

O Comandante frisou que, ao assumir o comando da Brigada Militar no início desse ano, encontrou algumas dificuldades, principalmente em relação a falta de planejamento do governo anterior, o que trouxe algumas dificuldades e morosidades na execução da operação golfinho 2011. Informou também que começará desde já um planejamento para que a Operação Golfinho 2012 seja executada com mais eficiência e organização. O Coronel aproveitou para nos informar sobre o estudo que está sendo feito, para a criação do Centro de Treinamento e Salvamento Aquático, que terá sua sede na praia de Tramandaí. Este, servirá para capacitar e qualificar de profissionais desta área.


Durante esta reunião tivemos uma boa notícia através do Orlando Carvalho. A rede ilegal que estava em Atlântida Sul havia sido retirada, sob o comando do Major Tedesco, sem maiores problemas.

Leia abaixo a denúncia entregue ao Cel Sérgio de Abreu.

DENÚNCIA
Levamos ao conhecimento do Poder Público que nos últimos 27 anos ocorreram no litoral gaúcho 49 mortes de surfistas, ocasionadas por redes de pesca de cabo fixo e centenas de mortes de pessoas vítimas de afogamento, por falta de salva-vidas, profissionais sem qualificação técnica e falta de infra-estrutura de segurança e emergência em nosso litoral.

Atualmente, no período que compreende de dezembro ate março é realizada a Operação Golfinho, durante a qual o governo suspende a utilização de redes de pesca de cabo fixo e disponibiliza salva-vidas, que enfrentam as dificuldades do trabalho com estrutura e treinamento bem aquém da exigência do nosso litoral.

Chegamos ao final de março, e não se sabe ao certo se teremos salva-vidas estrategicamente designados para os períodos de maior afluência de público durante o ano (feriadões e datas comemorativas), e as armadilhas que matam surfistas (leia-se redes de cabo fixo) são liberadas para utilização pelos pescadores. Este é um dado alarmante que não pode ser ignorado pelo governador Tarso Genro.

Tendo em vista, os dados acima citados, os familiares e amigos de vítimas decidiram não ser omissos e uniram forças, a fim de evitar que mais mortes ocorram e outras famílias sofram tragédias. Para isso foi criado o Instituto Thiago Rufatto, também denominado ONG maRSeguro, cujos objetivos estão expostos abaixo:


· Segurança no mar:

* Exigimos a presença de salva-vidas treinados e capacitados (RCP), não só durante a operação golfinho, mas também durante os períodos de maior fluxo de pessoas no litoral, por exemplo, feriadões;

* Extinção das redes de pesca de cabo fixo, sendo substituídas por outras formas de pesca, mais rentáveis e seguras tanto para a população em geral como para os pescadores.

· Infraestrutura:
* Guaritas em condições de uso, equipamentos de salvamento (Jet-ski, rádios comunicadores, maior número de ambulâncias equipadas e exclusivas para este tipo de ocorrência, além de hospitais preparados para emergências com risco de morte);

Reivindicações:

* Audiência com nosso Governador, Tarso Genro, com os Comandantes da Brigada Militar e da Operação Golfinho (Norte e Sul), para expor os problemas e irregularidades na região litorânea gaúcha, a fim de buscarmos soluções para os problemas acima citados;

* Canal específico e eficiente, para denúncias em relação a problemas de segurança em nosso litoral. Por exemplo, telefones, e-mails, redes sociais;

* Fiscalização por parte do poder público, com a criação de um comando específico para atuação permanente, visando ao cumprimento das leis estaduais e federais relativas à matéria;

A ONG maRseguro, através deste documento, torna pública esta denúncia e deixa ciente o governo do estado dos riscos de vida que a sociedade gaúcha seguirá sofrendo caso estes problemas continuem sendo ignorados e estas reivindicações não sejam atendidas.

Ressalta-se que, verificada a manutenção desta situação, a ONG maRSeguro responsabilizará o Estado e seus agentes pela OMISSÃO em caso de mais vítimas fatais.

Neuza Rufatto - Presidente
Instituto Thiago Rufatto – ONG maRSeguro – neuzarufatto@hotmail.com - (51) 9991-8553

quarta-feira, 23 de março de 2011

A fé que mata

Por Gabriel de Mello
Fotos Harleyson Almeida
Geralmente escapulários, crucifixos, patuás, figas, amuletos e muitos outros objetos são utilizados para simbolizar a fé, além de pedir proteção. Até aí tudo bem, é válido, é uma representação física de nossas crenças. Mas na manhã desta quinta-feira (17/03), o destino deixou um grupo de dez pessoas, entre elas surfistas experientes, policiais e bombeiros, surpresos ao verem um escapulário preso em uma bóia na ponta de uma rede de pesca a deriva, em frente à Plataforma de Atlântida.
Puxa, logo num equipamento que já tirou 49 vidas preciosas, enquanto se divertiam praticando seu esporte favorito. Muitas pessoas podem dizer que é uma visão alarmista, carregada de partidarismo. Sim, é uma visão alarmista e carregada de partidarismo pela vida.
Prezo pela vida, quero ver as famílias sorrindo, com lágrimas nos olhos apenas de alegria e orgulho. Não quero ver uma mãe chorando a morte de um filho jovem, que ainda tinha tantos desafios pela frente. Morrer é uma das únicas certezas que temos nesta vida, mas não assim, não de maneira brutal e sem chance alguma de defesa para o surfista.
Foram necessários 10 homens preparados e habilidosos para poder retirar a ponta de rede, a bóia e o cabo que estava localizada ao lado da Plataforma de Atlântida. Será que um surfista dentro da água, preso de surpresa em pleno desespero, teria chance? Não, sem chances.
A Federação Gaúcha de Surf recebeu a informação de que uma rede de pesca, ou parte dela, foi encontrada no local no final desta terça-feira (15/03). Imediatamente o presidente da FGSurf, Orlando Carvalho, acionou a Brigada Militar e providenciou um alerta para os surfistas não entrarem no mar naquele local. Já na manhã desta quinta-feira (17/03) em uma soma de esforços foi possível a retirada do artefato assassino de dentro da água. Nele, estava preso o escapulário que para alguns trás proteção. Que ironia.
Se você for surfar, por favor, não se esqueça de caminhar na beira da praia para se certificar de que não existe nenhum cabo fixo com uma rede na ponta. Além disso, respeite as áreas destinadas à prática da pesca e do surf. Respeite e conheça também as marés e correntes, além dos primeiros socorros, mesmo que neste caso eles sejam inúteis. Nunca surfe sozinho. São regras básicas que podem ajudar a salvar sua vida desta verdadeira pesca humana.
Não sou de maneira nenhuma contra os pescadores, nem quero acabar com seus sustentos. Ao contrário, sou a favor de um meio de vida que os remunere dignamente. Como a pesca embarcada, por exemplo, que pode render até 10 vezes mais que este tipo arcaico e assassino utilizado hoje.
Não tenho dúvida de que um pescador ao instalar sua rede, em momento algum, tem o objetivo de tirar a vida de um ser humano. Ao contrário, ele quer buscar seus pescados para sobreviver. Mas o que podemos observar nos últimos anos é que 49 pessoas morreram presas em cabos e redes somente na costa gaúcha. Claro, já ia me esquecendo, somente aqui do Rio Grande do Sul existem casos como este. Em nenhum outro lugar no mundo se tem registro de mortes brutais como esta.
É meus amigos, lhes apresento mais uma face da fé que mata...
Fonte: FGSurf
Gabriel de Mello
Assessoria de Comunicação da Federação Gaúcha de Surf
51 99429922 - @FGSurf – imprensafgsurf@gmail.com – www.fgsurf.com.br

quinta-feira, 17 de março de 2011

Cabo que estava em área de surf de Atlântida foi retirado hoje

Na mesma semana em que foi liberado o uso de cabos de rede de pesca na orla das praias gaúchas, uma nova ameaça aos surfistas surgiu no mar de Atlântida, próximo à plataforma.

A presença de uma boia com uma corda que ultrapassava toda a extensão da plataforma causou preocupação entre os praticantes do surfe. Avisado do problema, o presidente da Federação Gaúcha de Surfe, Orlando Carvalho, mobilizou Brigada Militar, Bombeiros e colegas para recolher o cabo.

>> Cabos de pesca são liberados no litoral

Foram necessários dez homens para retirar a corda do mar. O grupo, formado por cinco surfistas e cinco bombeiros, levou duas horas para concluir a operação. Um jet-ski, cedido por uma empresa que trabalha para a federação gaúcha, facilitou o acesso ao cabo.

— Acredito que a corda tenha vindo de alto-mar. Estava sem a rede de pesca, era apenas a boia e a corda. Provavelmente os pescadores tiraram a rede pois sabiam que a ressaca levaria a corda adiante — disse Carvalho. Segundo ele, são justamente as cordas soltas no mar as causas da maioria das mortes de surfistas no litoral gaúcho:

— Pelo menos 80% das mortes de surfistas são em decorrência de ficarem presos a esses cabos.

Desde terça-feira, pescadores foram autorizados a usar cabos de rede de pesca na orla das praias gaúchas. Proibida em dezembro passado, a restrição fez parte de um conjunto de medidas para solucionar o impasse entre surfistas e pescadores.

Em novembro passado, a morte do estudante Thiago Rufatto, de 18 anos, reativou a polêmica sobre a demarcação de áreas para surfe e para pesca. Preso em um cabo enquanto surfava, em Capão da Canoa, Rufatto permaneceu cerca de 30 minutos submerso. A sinalização com o aviso das demarcações dos locais liberados para surfe e pesca estavam em um depósito da prefeitura do município.

Durante três meses, uma comissão elaborou um estudo estabelecendo as regiões mais adequadas para o surfe e para a pesca. O grupo, formado por representantes das duas categorias, visitou todos os municípios do Litoral Norte para dialogar com as entidades representativas e atender às peculiaridades de cada local.

Matéria copiada de OndasDoSul.com.br

Demarcação das áreas de surf no litoral norte gaúcho

Divulgue o link (http://goo.gl/LG9Hj) desse post e mantenha todos seus amigos informados sobre as regiões mais seguras para banhistas e surfistas.

Acompanhe a ONG maRSeguro no twitter através do @ongmaRSeguro


Visualizar Áreas demarcadas para surf no Litoral Norte em um mapa maior

quarta-feira, 2 de março de 2011

Reportagem da Tv Unisinos sobre o surfista Thiago Ruffato

Reportagem da Tv Unisinos sobre o surfista Thiago Ruffato, vítima de redes de pesca no litoral gaúcho e sobre como essa dor mobilizou parentes e amigos à criarem a ONG maRSeguro, Instituto Thiago Ruffato.



Reportagem de Fernanda Schmidt.